Sustentação no Tempo e a Mãe Ambiente
Sustentar a situação no tempo, permanecer tranquilamente disponível e não exigir que nada aconteça, cuidar da regularidade e da vivacidade do lugar: eis as tarefas da Mãe Ambiente (e minhas também, como terapeuta; ou aqui, como companheiro de caminhada).

Nosso mundo subjetivo começa como um mundo mágico, onde as exigências do mundo objetivo ainda não fizeram a sua inscrição. O seio materno aparece quando a fome aponta e desaparece quando atingimos um Ponto de Saciedade. Nesse período, a adaptação absoluta da mãe (ou de um cuidador) nos mantém em uma área de Ilusão de Onipotência, sendo aí que podemos começar a Ser.
A Importância do Olhar e da Confiabilidade
O modo como somos cuidados (e depois cuidamos), o tom de voz, o toque, tudo isso é comunicado muito antes que o “discurso” apareça. Mais do que o conteúdo, o que importa são os efeitos da confiabilidade.
Ser visto pelo olhar do outro é uma das bases fundamentais do sentido de existir:
“Quando olho, sou visto, logo existo”, já nos dizia Winnicott.

O Ponto de Saciedade: Saber a Hora de Parar
Quanta novidade nesse trecho da caminhada! Eu gostaria de destacar uma em especial: Ponto de Saciedade.
Precisamos construir com o outro um lugar onde possamos dizer: “Tá bom!”.
É como, em uma caminhada, sabermos a hora de fazer um lanche – e mais ainda, qual o tamanho desse lanche. Parece óbvio, mas deveríamos comer apenas quando temos fome e parar quando nos sentimos saciados.
Por hoje, tá bom! Ficamos por aqui.